O homem de iniciais A. Z. de 33 anos, acusado de matar Diego Pimentel (31) a tiros na Sexta-feira Santa em Bernardo de Irigoyen, prestou depoimento na quarta-feira (20/04) em audiência de inquérito e garantiu que se defendeu após ameaças de morte contra ele e sua família. Além disso, acrescentou que teme por sua vida, ainda detido.
A audiência ocorreu no Tribunal de Instrução um de San Pedro, depois que os acusados ??nomearam como seus defensores os advogados de Posada, Hugo Zapana e Martín Tilli. Isso, segundo fontes do caso, levou à saída do juiz Ariel Belda Palomar, que alegou uma relação amistosa com Zapana.
Diante disso, pelo despacho de sub-rogação, o titular da Vara Cível, Comercial e de Família local, Mariangel Koziarski, ficou a cargo do caso.
O acusado ouviu os elementos contra ele incorporados até agora e quando as autoridades judiciais lhe disseram que se quisesse dar a sua versão dos fatos, respondeu afirmativamente. Em seguida, seu depoimento e os questionamentos dos presentes giraram principalmente em torno do vídeo gravado pelas câmeras de segurança de sua casa, onde é visto o momento do crime.
Em linhas gerais, de sua defesa indicaram que ele expressou que que a vítima chegou em sua casa e saiu para atendê-lo pensando que ia ser uma conversa normal, ciente de que é suspeito do desaparecimento de Maximiliano Pimentel (21 ), que trabalhou para ele na venda ilegal de vinhos para o Brasil.
No entanto, a conversa não foi nada amigável. "Vou matar você e sua família e depois vou incendiar sua casa", descreveu o que lhe disse Diego Pimentel, que, como se vê nos vídeos - que ainda não foram incorporados ao arquivo - então o acertou com a arma que ele tinha em sua posse.
Ele adiantou que procurou manter a calma porque seus parentes estavam na casa, mas que começou com os tiros pois quando Pimentel retornava a caminhonete ouviu gritos de "mate-o, mate-o" e ele temeu por sua vida. Ele esclareceu que a vítima também atirou e que cinco tiros acertaram em uma parede.
Para reafirmar sua posição, ele argumentou que os parentes do homem que ele matou moram muito perto do local e estavam rondando a área, então ele sentiu que havia uma possibilidade latente de que eles queimassem sua casa e prejudicassem os próximos a ele.
Ele ampliou que ainda hoje teme por sua vida e de seus familiares diante de possíveis represálias da família Pimentel.
Zang também procurou fazer referência ao desaparecimento de Maximiliano, ausente desde 12 de abril, e desenvolver seu álibi. No entanto, o advogado o parou e disse que ele só tinha que responder pelo assassinato. Na causa do desaparecimento do jovem, ele já prestou depoimento como testemunha suspeita, assim como outras pessoas da cidade.
A Justiça o acusou do crime de homicídio simples, que prevê pena de 8 a 25 anos de prisão caso seja considerado culpado em debate futuro. É uma cobertura provisória que pode ser modificada no futuro, pois devem corroborar ou desacreditar a versão do réu.
Por enquanto, o homem continuará detido, aguardando que novos elementos sejam incorporados à investigação. Sua defesa, por enquanto, não pediu a liberação.
Nos próximos dias, o tio de Diego e pai de Maximiliano, Antonio Pimentel, deve comparecer para depor, testemunha-chave no caso por ser ele quem estava no banco do passageiro no momento do tiroteio. O homem já se pronunciou na sede da polícia e também prestou depoimentos.
"Diego chegou em casa à tarde. O A. Z. era o patrão do meu filho e o vagabundo veio do Brasil, por isso fomos perguntar. Diego desceu para perguntar e conversar com ele. Quando Diego entrou no caminhonete, ele atirou", disse ele em entrevista por telefone à Radioactiva.
"É uma tragédia, meu sobrinho morreu e meu filho desapareceu, não temos notícias. Sobre meu sobrinho eu sei que ele está morto, ele está no cemitério, mas meu filho.. Não tenho palavras, não sei o que fazer. Não há resposta ou solução", então se expandiu à beira das lágrimas.
Confira no vídeo:
O vídeo do ataque a tiros referido na investigação foi gravado pelas câmeras de segurança da casa de do acuasado no Bairro Obrero da cidade fronteiriça. Lá se vê como, por volta das 19h, Diego e Antonio Pimentel chegaram ao local em uma Toyota Hilux.
O dono da casa saiu para recebê-lo no portão que dá para a calçada. Em seguida, vê-se como conversaram por vários minutos a poucos centímetros de distância, primeiro com o portão fechado e depois aberto.
O vídeo dura cerca de oito minutos e a certa altura é possível ver como o visitante acertou o dono da casa na cabeça com a arma em várias ocasiões. Ele então retornou ao seu veículo, estacionou na rua e saiu. Foi nesse momento que o homem aproveitou para abrir fogo.
Utilizando de uma arma 9 milímetros que tinha na calça e começou a atirar, escondendo-se atrás do muro contra um possível contra-ataque. Assim, com a vítima morta no local, o homem baixou a arma e Antonio saiu correndo do local.
Momentos depois você pode ver como três pessoas que estavam dentro da casa entram em um carro e fogem antes que os policiais locais de Misiones cheguem.
Conforme informações do site El Territorio com base nas fontes do caso, os laudos preliminares da autópsia solicitados pelo juiz Ariel Omar Belda Palomar mostraram que Pimentel tinha dez ferimentos de bala, supostamente produzidos com um calibre 9 milímetros, coincidindo com a arma apreendida da pessoa envolvidos.
Com informações do El Território