Quatro pessoas foram presas em flagrante nesta quarta-feira (22) na Operação Carne Fraca, contra uma empresa do Sul Fluminense que comprou e revendeu para consumo humano proteína animal que ficou submersa por vários dias na enchente histórica de Porto Alegre, em 2024 — em maio, as chuvas devastaram o RS e deixaram mais de 200 mortos e muitos desaparecidos. Entre os presos está um dos donos da empresa.
Segundo as investigações da Delegacia do Consumidor (Decon-RJ), a empresa , de Três Rios, arrematou 800 toneladas de proteína animal deteriorada de um frigorífico de Porto Alegre. A empresa é autorizada a fazer o reaproveitamento de produtos vencidos e alegou aos produtores gaúchos que a mercadoria seria transformada em ração animal.
Mas a Decon apurou que pacotes de carnes bovina, suína e de aves estragadas foram postas à venda para açougues e mercados de todo o país. “Temos informações de que a carne foi maquiada para esconder a deterioração provocada pela lama e pela água que ficaram acumuladas lá no frigorífico da capital gaúcha”, explicou o delegado Wellington Vieira.
“Até onde a gente sabe pelas investigações, a carne foi transportada para diversos outros compradores que não sabiam da procedência. Foram 32 carretas que saíram do Sul para diversos destinos do Brasil”, afirmou.
“Todas as pessoas que consumiram essa carne correram risco de vida. Quando uma mercadoria fica debaixo d’água, adquire circunstâncias e condições que trazem risco iminente à saúde”, frisou o delegado.
A operação e o flagrante
Nesta quarta, agentes da Decon cumpriram 8 mandados de busca e apreensão na sede da empresa e em endereços ligados aos sócios. Durante as varreduras, policiais encontraram mais alimentos podres ou vencidos e prenderam 4 pessoas em flagrante por vender ou ter em depósito mercadoria imprópria para o consumo.
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Informações via G1